#14 Digital Futures Lab — Cidadania

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Amanda da Cruz Costa
5 min readMar 27, 2022

Fala minhas lindezas climáticas, turopom?

O Digital Futures Lab, capacitação em futuros do FA.VELA, Futuros Inclusivos e UK Brazil Tech Hub (braço de inovação da embaixada do Reino Unido no Brasil) segue a toooopo vapor ❤

Para o décimo quarto encontro, contamos com a presença do Cláudio Nascimento, Head de Aceleração dos ODS na IKONE Global Social League, e Tarcízio Silva, Tech + Society Fellow pela Fundação Mozilla.

Cláudio começou a aula nos provocando:

Qual é o futuro da cidadania? Ou qual é a Cidadania do Futuro?”

Pensar na cidadania do futuro demanda uma postura ativa! Não podemos aceitar as caixas que a sociedade impõe, temos que hackear o sistema, reverter as estatísticas e ser pessoas inquietas e incomodadas com o lugar que uma sociedade estruturalmente racista deseja nos colocar.

De acordo com Cláudio, é preciso que ressignificar o termo afrodescendente para o termo afroascendente, pois carregamos a ancestralidade, a história e reverberamos a negritude em formato de arte!

Para isso, precisamos criar mecanismos no nosso dia a dia para lidar com diferentes cenários. A reaaaal é que estamos em pleno século XXI e ainda nos deparamos com coisas absurdas! O sofrimento do povo preto é um problema sério e urgente que precisa ser solucionado a partir de um olhar crítico e observador.

A comunidade preta gira uma economia de 87 bilhões de reais. E se a gente parasse de sentir medo e começasse a ditar as regras?

A luta não pode ser vista dissociada dos patriarcais, do ecocídio e do imperialismo. A gente precisa estar fortalecidos, aquilombar e cuidar do coração ❤

Já para a segunda parte da aula, contamos com a facilitação do Tarcísio Silva, que trocou ideia com a gente sobre Inteligência Artificial e Cidadanias do Futuro.

Tarcísio é atualmente Tech + Society Fellow pela Fundação Mozilla e curador na desvelar, promovendo conhecimento sobre tecnologia e sociedade, em especial abordagens antirracistas e afrocentradas.

Pesquisador, mestre em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela UFBA e doutorando em Ciências Humanas e Sociais na UFABC, onde estuda racismo algorítmico e imaginários sociotécnicos de resistência. Também é autor do livro Racismo Algorítmico: mídia, inteligência artificial e discriminação nas redes digitais.

Imaginários sociotécnicos: visões de futuros desejáveis mantidas coletivamente, estabilizadas institucionalmente e publicamente performadas, incentivadas por compreensões compartilhadas de formas de ordem e vida social alcançáveis e apoiadas por avanços na ciência e tecnologia.

O grande objetivo dessa pauta é aumentar o debate sobre tecnologia. Não devemos olhar para a tecnologia apenas como consumidores, mas sim como pessoas que podem influenciar os caminhos para uma nova e inclusiva tecnologia, construindo projetos que preenchem as lacunas e resolvam problemas.

Cidadania

É o indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado.

Se fizermos uma análise crítica, perceberemos que a cidadania está distribuída de forma desigual, sobretudo para as mulheres, pessoas negras e comunidade LGBTQIA+.

E sabe o que é mais doido?

Ao mesmo tempo que essa cidadania é negada, ouvimos o discurso que basta refletir sobre cidadania para se tornar cidadã.

VemkBB, o que faz uma pessoa ser uma pessoa?

“Penso, logo existo? Penso, logo sou?” (René Descartes)

Ubuntu é uma filosofia africana que diz que uma pessoa ganha sua consciência, sua compreensão do mundo exterior e procura seus direitos e seus deveres somente através de outras pessoas.

A inteligência artificial esconde as mentes que programam

O imaginário hegemônico quis ditar algumas regras para a sociedade, como:

  • a automação do trabalho é algo inevitável;
  • a ciência é desinteressada e laboratorial;
  • Há uma neutralidade na tecnologia;
  • Mais tecnologia e dispositivos são a solução.

Contudo, esse rolê não é necessariamente REAL. Precisamos questionar quem está ditando as regras e se elas se aplicam, especificamente a nossa realidade.

Na definição relacional, ao invés de ter um pensamento autocentrado, o pensamento é compartilhado e construído de forma coletiva. A propria etica dos intelctuais negros é vincualdos a isso: respeito e reverencia aos mais velhos, principalmente para a agalera de religiões afrobrasileiras.

Nesse sentido, há alguns fatos que precisam ser lembrados:

  • Robôs não devem ser o centro do que fazemos;
  • Robôs podem gerar discriminações algorítmicas;
  • Robôs escondem o trabalho humano!

Tendências pelas cidadanias do futuro:

  • Literacia midiática/Computacional (letramento);
  • Bases de dados abertas;
  • Resgate de conhecimentos;
  • Lacunas de dados pela diversidade;
  • Programação emergente/ Alternativa;
  • Equidade, accountability e transparência;

“Precisamos promover a cidadania construindo inovações em prol da cidadania!” (Tarcísio Silva)

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Amanda Costa é internacionalista, jovem embaixadora da ONU, delegada do Brasil no G20 Youth Summit e fundou o Instituto Perifa Sustentável. Formada em Relações Internacionais, Amanda foi reconhecida como #Under30 na revista Forbes, LinkedIn Top Voices e Creator, TEDx Speaker e atua como vice-curadora no Global Shapers, a comunidade de jovens do Fórum Econômico Mundial.

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Amanda da Cruz Costa
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Written by Amanda da Cruz Costa

#ForbesUnder 30 | Conselheira Jovem da ONU | Dir. Executiva do Perifa Sustentável

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