#03 Digital Futures Lab
Fala minha lindeza climática, bele? :)
No terceiro encontro do Digital Futures Labs, um programa de letramento em futuros do FA.VELA, Governo do UK e Futuros Inclusivos, tivemos um momento para:
- Entender o que significa futuros para cada um de nós;
- Pensar em quais são os impactos de sonhar, acreditar e querer construir um futuro melhor.
Vemkbb, você sabe o que é o ESTUDO DE FUTUROS?
De acordo com o João Souza, facilitador do encontro, há diversas definições para essa área. O Digital Future Labs dividiu em três:
- Pensamento de futuros possíveis, prováveis e previsíveis;
- Desenho de estratégias práticas para moldar o futuro que queremos;
- Prática de ações individuais que impactam o coletivo.
Desse modo, ESTUDOS DE FUTUROS é a lógica de planejar, definir estratégias, práticas e tentativas para construir futuros diferentes.
“Todos nós somos capazes de pensar, construir e desenhar futuros. Todos nós podemos ser futuristas!” (João Souza)
Na Futuros Inclusivos, braço da favela que trabalha com empresas, foram definidas 9 dimensões para direcionar a estratégia de construção de futuros.
1. Futuro no trabalho
“De que forma o trabalho pode se transformar em práticas inclusivas e não precarizadas para toda a população?
A reaaal é que a galera branca, rica e elitizada está a todo momento criando novas profissões. Além de pensar no futuro DO trabalho, precisamos pensar no futuro NO trabalho, para que desse modo, possamos incluir as pessoas mais vulneráveis, que precisam gerar renda e também desejam ter bem estar e qualidade de vida.
“Como os mais vulneráveis vão continuar existindo no futuro e não apenas sobrevivendo?” (João Souza)
2. Futuro na economia
“Como as tecnologias atuais podem permitir que ativos culturais, sociais e territoriais se tornem também ativos econômicos?”
Ei querido leitor, você já percebeu que hoje tem uma galeeera fazendo uma grana com criptomoedas, NFts e várias outras formas de geração de ativos que se tornaram econômicos?
A questão é que podemos trazer toda essa tecnologia para a quebrada! Já pensou ter um muro de escola bonitão, todo grafitado, sendo vendido em partes como NFT? Todo mundo poderá ser dono e os lucros adquiridos podem ser reinvestidos para ajudar a preservar a arte.
“Como os artistas, os arte-vistas e os agentes da economia podem navegar nessa nova economia?” (João Souza)
3. Futuro na tecnologia e inovação
“Como a transformação digital pode contribuir para que o terceiro setor atue além do assistencialismo e desenvolva tecnologias de valor e impacto social?”
Nesse módulo, vamos pensar no propósito das novas tecnologias para gerar valor com as pessoas menos favorecidas e no fomento ao impacto social nas nossas comunidades, quebradas, periferias e favelas.
4. Futuro na alimentação
“O desafio no futuro da alimentação é o combate ao desperdício por meio de tecnologias que garantam a alimentação de qualidade acessível para todas as pessoas.
Bora ressignificar e resgatar os modos de produção ancestrais para pensar em segurança alimentar! São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro abrigam grande parte da população brasileira, mas essas cidades se transformaram apenas em um lugar de moradia, esquecendo-se da produção de alimentos e gerando diversos desertos alimentares.
Que tal pensar na produção de alimentos em pequenos espaços?
5. Futuro na Educação
“Entender o acesso ao conhecimento como forma de inclusão na qual todas as pessoas podem ser criadoras de saberes e tecnologias.”
A lógica do Digital Future Labs é formar multiplicadores, num modelo Training the Trainer (Formação de Formadores). Os integrantes do Lab foram escolhidos porque possuem características mobilizadoras, ou seja, são pessoas que estão sempre estudando, produzindo conhecimento e engajando outros na causa.
Assim que concluirmos a formação, serão criados alguns grupos de estudos para darmos seguimento na pesquisa e nos tornarmos Head de Futuros (confesso que achei chyquérrimo 💅🏾)
6. Futuro na diversidade
“Repensar a forma como enxergamos a diversidade e inclusão nas organizações, grupos e em toda a sociedade.”
A multidimensionalidade da diversidade está sendo pouco debatida e infelizmente, o tema passou a ser token para as empresas e marcas, numa tentativa superficial de evitar o cancelamento e fomentar um “branding cool”.
Mas quando pensamos em futuro na diversidade, estamos buscando estratégias de construção social onde a gente não precisará pensar na questão da própria diversidade!
Chega de levar mulher preta ou trans para palestrar e achar que a empresa está ahazando no rolê. A real-oficial é que só vai existir futuro se existir diversidade!
“Hoje temos que militar para re-conquistar nossos espaços, re-conquistar e não simplesmente conquistar porque esses espaços já eram nossos, mas foram tomados.” (João Souza)
7. Futuro nos territórios
“Como quebrar barreiras e fronteiras que impedem a existência de uma sociedade mais justa e equilibrada?”
Nesse módulo vamos pensar nos territórios como plataforma. Ex: sua loja ou até mesmo o evento de carnaval, que é um lugar de luta, resistência, onde vários corpos estão fazendo seus corres com o objetivo de levantar grana.
Quando pensamos em Futuro nos Territórios, precisamos trazer a perspectiva do METAVERSO. Essa nova dimensão está no digital, mas também devemos pensar seus impactos no universo analógico.
- Como criar portais para a galera de quebrada acessar futuros?
- O metaverso tem várias oportunidades de negócios. Como democratizar essa pauta para que a nossa galera também se beneficie com essa tecnologia?
Gostaria de entender mais essas paradas? Assista o filme: JOGADOR NÚMERO 1
8. Cidadania no futuro
“Quais habilidades e ferramentas serão necessárias para o existir no futuro de uma sociedade digital cada vez mais excludente?”
A cidadania do futuro vai requerer confiança. Mas quando confiar numa sociedade tão desigual, onde muitas pessoas ainda não têm internet em casa?
Precisamos pensar nos nossos vieses analogicos e como eles serão transmutados para o digital (questões de gênero, raça, classe etc).
O que será existir nesse futuro?
9. Head de Futuros
“Como garantir que as lideranças estejam com o olhar focado na construção de futuros diversos e inclusivos dentro dos territórios, organizações e ecossistemas?”
Temos que pensar em estratégias para nos desenvolvermos como novos futuristas:
- Futuristas trans, negros, mulheres, perifericos etc.
Uuuuufa, formação intensa, né? Fique ligadinhe nos próximos artigos ❤
Amanda Costa é ativista climática, jovem embaixadora da ONU, delegada do Brasil no G20 Youth Summit e fundou o Instituto Perifa Sustentável. Formada em Relações Internacionais, Amanda foi reconhecida como #Under30 na revista Forbes, LinkedIn Top Voices e Creator, TEDx Speaker e atua como vice-curadora no Global Shapers, a comunidade de jovens do Fórum Econômico Mundial.