#04 Digital Futures Lab
Fala minha lindeza climática, bele? :)
Chegamos na segunda semana do Digital Futures Lab, um letramento em futuros para jovens empreendedores periféricos desenvolvido pelo FA.VELA em parceria com o Futuros Inclusivos e financiado pela Embaixada do Reino Unido (UK Brazil Tech Hub).
O nosso quarto encontro foi facilitado pelo João Souza, um dos idealizadores do programa e Head de Futuros. Nessa aula, João falou como a questão territorial e os comportamentos sociais estão afetando o nosso presente e também o nosso futuro.
Um exemplo é toda loucura que a pandemia causada pelo COVID-19 causou na nossa sociedade. Tivemos que aprender novos hábitos, aumentar os cuidados com a higiene, andar com álcool em gel na bolsa, lavar as mãos com periodicidade e usar máscaras em lugares públicos.
Quem diria que esse vírus impactaria nossas vidas de uma forma tão profunda?
E a tendência é que isso ocorra com mais frequência! Nossos comportamentos ainda vão mudar muuuuito e o objetivo dessa formação é que nós, os 60 integrantes escolhidos, nos tornemos referências em análise, criação e interpretação de futuros.
Durante o decorrer da formação, utilizaremos quatro abordagens para entender futuros:
- Preditiva: baseada na observação e experimentação de cenários.
- Interpretativa: fundamentada na análise e compreensão de futuros prováveis e possíveis;
- Crítica: focada no questionamento sobre quem se beneficia com determinados futuros.
- Aprendizagem e pesquisa: focada no desenvolvimento e molde do seu próprio futuro desejado; mentalidade de eterno aprendiz.
Quando pensamos em futuros, quem são os heróis e heroínas? Quem é a galera que está pensando, falando e construindo os novos futuros?
Mas vemkbb, você sabe porque devemos estudar futuros?
A todo momento estamos pensando em futuros, isso já se tornou um hábito do ser humano. A previsão de cenários, imaginação e criatividade são as melhores formas para conhecer o futuro com o olhar do presente, partindo da análise de horizonte alternativos e adoção de novos comportamentos.
Vemos cada vez mais governos, grupos de reflexão e organizações sociais se empenhando nesse estudo. Os Futuristas, por sua vez, são os principais consultores que oferecem conselhos de mercado e oficinas de antecipação para tais grupos, por via de três abordagens:
- Promoção de experimentos de realidade similares ao conceito de metaverso. O objetivo é criar futuros alternativos diferentes uns dos outros para se antecipar e gerir crises.
- Preocupação com programas que desenvolvem ações práticas além de estudos acadêmicos.
- Criação de movimentos sociais participativos na criação de novos futuros, além de simplesmente prevê-los.
Contudo, existem alguns obstáculos para a criação desses futuros. Podemos mudar realidades ao criar futuros inclusivos e isso pode abalar as atuais estruturas de poder. A construção de futuros alternativos só está sendo aceita quando não há mudanças sistêmicas ou de consciência.
Bora questionar essa lógica e enfrentar o status quo! Construir futuro é escrever história, sendo esse um ato político.
1. Mapeamento
Previsão de possíveis cenários a partir de estudos de situação do presente.
Passado, presente e futuro servem de base para visualizar de onde viemos e para onde vamos. Uma ótima forma de navegar neste pilar é através de post-its coloridos, metodologia Kanban ou outro lugar visual para utilizar como referência.
Perguntas chaves:
- De onde viemos?
- Para onde vamos?
2. Antecipação
Análise de questões emergentes para prever cenários de maneira antecipada.
Identificar os problemas com antecedência para que soluções sejam criadas em tempo hábil, antes que elas se tornem impossíveis e caras. Para que a antecipação seja feita com êxito, é importantíssimo ter uma escuta ativa e fazer provocações para si mesmo, antes de dialogar com o outro.
Quando falamos de antecipação de futuros, basicamente estamos falando da resolução de perrengues. Agora pense: como criar uma solução para antecipar um problema antes que ele aconteça?
Perguntas chaves:
- Robôs terão direitos legais?
- Comer care será ilegal a longo prazo?
3. Timing
Processo de entregar o futuro de maneira cronológica e traçar objetivos em seus devidos prazos.
Aqui dividimos o tempo em fases de curto, médio e longo prazo (hoje, amanhã e depois) buscando padrões de mudança. Há três padrões para entender a forma do tempo:
- Futuro Linear: sempre em progresso pela rota da frente. Para se alcançar um bom futuro, só existe um único caminho.
- Futuro cíclico: baseado em altos e baixos. Aqueles que se encontram no topo um dia estarão no fundo.
- Futuro espiral: mescla o futuro linear e cíclico conforme as oscilações através da inovação.
“Como serão as mudanças que estou observando e quais serão as propostas que farei?” (João Souza)
4. Aprofundamento
Análise de cenários em camadas que enxerguem causa e efeito.
O aprofundamento traz a perspectiva de aprendizagem profunda, divididas em quatro camadas:
- Futuro do dia-a-dia: conformismo sobre como as coisas são ou deveriam ser. Soluções sempre imediatas.
- Sistêmica: voltada para pensar causas sociais, econômicas e políticas de um problema.
- Cultura ou visão de mundo: o que é real ou irreal a partir da nossa forma de entender e moldar o mundo?
- Mito ou metáfora: narrativa simbólica dos acontecimentos.
5. Criação de Alternativas
Planejamento de novos cenários e molde de futuros desejáveis
O planejamento de cenários ocorre para reduzir as chances de incertezas e riscos. Esses futuros alternativos criam mentalidades mais flexíveis e preveem novos problemas e soluções para os novos futuros pensados.
Dentro desse pilar, é importante refletir se “o futuro será melhor que o hoje”, com o objetivo de manter as coisas boas e focar na criação de soluções para determinados pontos que podem ser melhorados.
6. Transformação
Olhar para o futuro a partir da perspectiva do presente.
Aqui pensamos na necessidade daquilo que estamos pesquisando. Através de três métodos: visão, retroprojeção e transcendência, o futuro se estreita em direção ao cenário preferido.
Bora simplificar esse rolê a partir de perguntas? :)
- Qual é o histórico da questão? Como a situação chegou a esse presente?
- Se as tendências atuais permanecerem, como será o futuro?
- Como você prevê o futuro a partir de suposições ocultas como gênero, natureza, tecnologia ou cultura?
- Quais são as alternativas para o futuro que você prevê ou gostaria de evitar?
- Qual é o seu futuro ideal?
- É possível criar uma metáfora ou história que exemplifica a realização do futuro desejado?
Bastante coisa, né?
O futurista sensato sempre vai levar dúvidas, curiosidades e inquietações na forma de perguntas, ouvindo com atenção os comentários do seu receptor. É necessário refletir: Faz sentido criar algo novo? Será que isso é realmente inovação?
Até porque existem dois tipos de inovação:
- Inédita: criação de algo pela primeira vez.
- Incremental: revisão dos processos e produtos visando sua melhoria.
Mas a reaaal-oficial é que o nosso mundo tende ao caos e só temos uma forma de navegar nessa realidade incerta: VIVENDO! Então larga o medo, inspire coragem e bora construir um futuro inclusivo, colaborativo e sustentável ❤
Amanda Costa é ativista climática, jovem embaixadora da ONU, delegada do Brasil no G20 Youth Summit e fundou o Instituto Perifa Sustentável. Formada em Relações Internacionais, Amanda foi reconhecida como #Under30 na revista Forbes, LinkedIn Top Voices e Creator, TEDx Speaker e atua como vice-curadora no Global Shapers, a comunidade de jovens do Fórum Econômico Mundial.