#06 Digital Futures Lab
Fala minha lindeza climática, bele? :)
Chegamos a sexta aula do Digital Futures Lab, um programa de letramento em futuros do FA.VELA, da Consultoria Futuros Inclusivos e do Governo do UK. Dessa vez, iniciamos o encontro trocando ideia sobre o exercício passado na aula anterior, que tinha o objetivo de nos estimular a pensar no futuro dos nossos projetos/organizações daqui a um, três e cinco anos.
O futuro é incerto, cheio de riscos! Nesse programa de letramento em futuros estamos aprendendo a tatear, errar, pensar que é e descobrir que na verdade não é rs. Criamos um ambiente seguro de inovação, criatividade e aprendizagem.
“Viver o hoje já é construir futuros.” (João Souza)
Que tipo de futuros somos capazes de enxergar, refletir e construir?
Um Head de Futuros, isto é, a pessoa responsável por pensar futuros possíveis, tem a missão de:
- Antecipar tendências para gerir crises;
- Facilitar soluções inovadoras por meio de conhecimentos adquiridos com observação e estudos práticos;
- Supervisionar iniciativas inovadoras para apresentar pontos de melhora.
Além disso, esse profissional tem o hábito de olhar criticamente para o atual modelo, questioná-lo e até mesmo quebrar algumas regras. O Head de Futuros tem que estar disposto a se lançar ao risco, pensar fora da caixa e hackear o sistema em busca de justiça para o uso de novas tecnologias e para a reeducação de processos.
“O Head de futuros antecipa, supervisiona, operacionaliza, coloca a mão na massa, vai a campo, desenvolve análises estratégicas… É um profissional que faz um pouquinho de tudo!” (João Souza)
Os 6 Pilares do Futuro
- Mapeamento: passado e presente para a visualização do futuro.
- Antecipação: identificar problemas com antecedência para soluções serem criadas em tempo hábil.
- Timing: cronometragem de futuro para identificar possíveis padrões de mudança.
- Aprofundamento: análises de cenários por meio de soluções imediatas, identificação de causas sociais, visualização de contextos culturais e metáforas.
- Criação de alternativas: planejamento de cenários para diminuir as chances de incertezas de riscos.
- Transformação de futuro: modelar e estreitar cenários em direção ao futuro desejado.
“É impossível trabalhar com futuros numa lógica egocêntrica. Nesse ramo você precisa ser desprendido, lançar e confiar que o que você plantou, tu vai colher!” (João Souza)
Talvez nesse momento você esteja cheio de curiosidade, querendo dar os primeiros passos nesse universo, mas ainda não sabe como começar. Que tal pegar sua
- Mochila de conhecimento,
- Separar uns contatinhos para tirar dúvidas,
- E colocar a sua cara de pau para enfrentar os novos desafios?
Agora que já entendemos um pouco da teoria, precisamos visualizar como esse futuro está sendo materializado na prática! Bora conhecer as profissões do futuro e quais aprendizados devemos desenvolver para navegar nessas novas realidades? :)
O João Souza, Head de Futuros do FA.VELA e facilitador do encontro, falou sobre 11 profissões que farão parte do nosso futuro:
01. Pilotagem de Drones
O Brasil é o país com mais quantidade de drones da América do Sul, de acordo com a empresa alemã Droneii. O faturamento do setor brasileiro é estimado em 373 milhões!
A galera que gosta de games pode enxergar nesse mercado uma grande oportunidade! E algumas coisas já estão rolando: recentemente o ifood recebeu autorização para poder operar drone nas entregas de seus pedidos.
Será esse o fim dos trabalhadores informais (entregadores/ motoboys) ou será que eles vão ser capacitados e terão espaço dentro dessa nova realidade?
02. Engenharia de reciclagem de dados
Dados digitais se tornam inutilizáveis após 1 ano por empresas e profissionais de tecnologia. A reciclagem de dados refinará essas informações para que sejam desenvolvidas novas estratégias a partir do que foi encontrado nas buscas.
Contudo, essa profissão está em alerta por conta da nova Lei Geral de Proteção de Dados, a LGPD. Reflita comigo: os dados são individuais e nunca vão deixar de ser. Nossos dados até podem estar em posse de outra pessoa, mas a propriedade será sempre nossa. Com isso, como pensar numa profissão justa para gerenciar essas informações?
03. Agente de segurança contra ciberataques
Batalhas se estendem do espaço físico para o virtual. Governos e empresas precisarão treinar novos profissionais com conhecimentos de “hacking” para protegerem suas estruturas contra esses ataques.
04. Conselho de reabilitação para cibercriminosos juvenis
Essa profissão será focada em orientar jovens a direcionar seus talentos cibernéticos para carreiras formais. Essa justificativa vem do risco crescente de adolescentes que se envolvem em crimes virtuais pela possibilidade de ganhar dinheiro de forma anônima.
Dar conselhos para cibercriminosos será um desafio constante para a sociedade futura, mas temos que tomar cuidado para não fazer análises rasas.
Sempre questione: “por que será que essas pessoas optaram por cometer esse crime? Quais foram as motivações por trás? Que dores movem esse indivíduo?” Será que esses cibercriminosos:
- Querem desafiar o sistema?
- Tem tesão por ser criminoso?
- Ou estão apenas tentando sobreviver?
05. Designer de arenas para esportes eletrônicos (eSports)
Fãs de esportes eletrônicos demandam experiências cada vez mais imersivas como cinemas, shows, estádios etc. Desse modo, o Designer de Arenas para eSports lidará com orçamentos e contratos com foco em desenvolver a melhor experiência para os fãs de jogos eletrônicos.
Esse é um mercado de oportunidades, mas também pode ser excludente e caro. É importantíssimo pensar nas realidades das periferias dentro desse contexto, principalmente em como inseri-las nesse mercado.
06. Arquitetura de águas
O aquecimento global e o aumento do nível dos oceanos demanda o redesenho de projetos urbanos para cidades afetadas pela crise climática. Será necessário conhecimento em hidro engenharia, engenharia civil, design arquitetônico e design gráfico.
O Brasil tem um potencial aquífero enorme, mas sofre com a má gestão. Hoje um dos grandes desafios são as altorgas de água: muitas pessoas represam rios e consequentemente, cidades inteiras morrem! A estratégia de água não pode ser individualista, ela tem que ser plural e inclusiva.
07. Defensoria de identidades virtuais
A grande circulação de notícias falsas (fake news) demanda a criação de ferramentas para autenticar a identidade oficial de pessoas, empresas, órgãos e governos.
Hoje vivemos uma dicotomia: temos vários sites investindo pesadíssimo na construção de fake news, ao mesmo tempo que temos outros correndo para fazer a verificação dessas notícias.
Como podemos melhorar essa situação?
08. Designer de personalidade de robôs e serviços digitais
A personalidade de robôs e serviços digitais aumenta o engajamento dos clientes com a marca. A carreira de design de personalidade de máquinas ou serviços digitais demanda conhecimentos em sociologia, filosofia, design de processos e comunicação.
Estamos progredindo velozmente no estudo da tecnologia da inteligência artificial, mas a humanização dessa criação ainda está ultrapassada. Os estudiosos ainda não descobriram como programar empatia.
09. Gerente de urbanismo e realidade virtual
Estudos enxergam a realidade virtual como potencial sucessora da televisão. A gerência de urbanismo e realidade virtual levará para o digital a experiência mais fiel possível de estruturas físicas.
10. Consultoria de fazendas verticais
As fazendas verticais são estruturas criadas em ambientes controlados que utilizam menos água que as fazendas tradicionais. A consultoria em fazendas verticais terá um olhar para a produção de alimentos em pequenos espaços, mapeando os melhores lugares para instalação dessas estruturas agrícolas.
11. Inspetoria de risco em robôs
Esta profissão lidará com todos os riscos possíveis de falhas em robôs ou serviços de inteligência artificial. O objetivo é estabelecer maior confiança da humanidade para com as máquinas super inteligentes.
Entender a humanização também requer desenvolver a vigilância. Além de ter uma inspetoria de risco sobre o que já está pronto, devemos ter acesso ao desenvolvimento dos produtos e serviços, para dar pitaco no desenvolvimento.
OBS: qualquer semelhança com o filme EU, ROBÔ do Will Smith NÃO é mera coincidência 👀
Ufaaaa, que viagem!
Apesar de muitas especulações, não podemos afirmar nada. Mas uma coisa precisamos lembrar: o futuro é um território que se encontra em disputa. Desse modo, reflita: quais são os interesses que têm movido as grandes corporações a investirem tempo e recursos para modificá-lo?
O futuro também deve ser construído às margens, pois cada um de nós, futuristas em potencial, podemos ser responsáveis por moldar o futuro desejado para os nossos e para os que vierem depois, sem perder de vista nossa origem e história.
“Somos os alquimistas que vão moldar os novos futuros, com um pouco de arqueologia e antropologia.” (João Souza)
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Amanda Costa é ativista climática, jovem embaixadora da ONU, delegada do Brasil no G20 Youth Summit e fundou o Instituto Perifa Sustentável. Formada em Relações Internacionais, Amanda foi reconhecida como #Under30 na revista Forbes, LinkedIn Top Voices e Creator, TEDx Speaker e atua como vice-curadora no Global Shapers, a comunidade de jovens do Fórum Econômico Mundial.