O livro que transforma as nações

Reflexões sobre o livro de Loren Cunningham, fundador da Jocum

Amanda da Cruz Costa
4 min readJan 4, 2024

Fala minha lindeza climática, bele?

Hoje quero conversar com você sobre espiritualidade, religião e fé.

Ano passado li “O livro que tranforma as nações”, do líder do Movimento Interdominacional Jovens com uma Missão (Jocum) e fui fortemente impactada pelas histórias. Não vou ser hipócrita e dizer que concordo com tuuuudo que o autor escreveu, pois isso não seria verdade. No entanto, a leitura me levou para lugares profundos de reflexão e quero dividir alguns deles contigo, querida leitora.

A INFLUÊNCIA DOS CRISTÃOS NA SOCIEDADE

Logo no início da leitura, o autor conta uma revelação que recebeu de Deus sobre as 7 áreas de influência da sociedade, que são:

  • Família: Lar
  • Religião: Igreja e Missão
  • Educação: Escolas
  • Celebração: Artes, Entreterimento e Esportes
  • Comunicação Social: Mídia
  • Economia: Negócios, Comércio, Ciência e Tecnologia
  • Governo

De acordo com Loren, é possível orientar uma nação para seguir os caminhos de Deus se os cristãos exercerem um papel de influência em cada uma dessas 7 áreas da sociedade. Essa visão tem sido fortemente defendida por algumas igrejas neopentecostais e movimentos evangelísticos brasileiros, e apesar de ser cristã e acreditar nessa revelação, quero compartilhar alguns questionamentos que tem borbulhado no meu coração sobre o assunto.

Eu acredito em Deus e boto fé que ele deseja que nós, seus filhos, construam uma sociedade de paz, justiça e alegria no Espírito Santo. Mas infelizmente, percebi que a perspectiva das 7 Áreas de Influência da Sociedade vem sendo utilizada para propagar um discurso dicotômico (Bem x Mal), fundamentalista, colonizador e de extrema direita.

Frequento a igreja desde novinha. Honro e valorizo todos os lugares que passei e pude desenvolver a minha fé, mas o envolvimento com os movimentos sociais me fizeram questionar certos espaços e perguntar:

Oque está acontecendo com o corpo de Cristo???

No começo do 2023, quando tivemos os ataques dos “cidadãos de bem” em Brasília, escrevi o artigo Brasil acima de tudo, Deus acima de todos? para compartilhar um pouco da minha visão religiosa.

Para mim, esse foi um momento de ruptura que dividiu opiniões.

Se por um lado recebi críticas e ataques de líderes religiosos, do outro encontrei acolhimento e identificação das pessoas que estavam passando pela mesma situação que eu: não se viam mais como parte da igreja tradicional brasileira.

A partir de então comecei a questionar: Quem é deus?

QUEM É DEUS?

No meu entendimento, Deus é a forma mais pura e sigela do amor encarnado, que veio para a Terra através de Jesus Cristo com a missão de mostrar seu verdadeiro caráter para a humanidade.

Por acreditar que “o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (João 1:14), passei a meu perguntar: oque Jesus faria nessa situação?

Esse simples e poderoso questionamento vem me ensinando a julgar menos e amar mais. Busco agir da mesma forma que meu paizinho celestial agiria: com justiça, respeito, caridade, bondade e gentileza.

Para nós, cristãos, nossas crenças a respeito de Deus dão cor a tudo aquilo que fazemos — nossos negócios, posição política, gostos musicais, família… Nossa fé molda nosso mundo, seja este mundo interno ou externo. Contudo, não quero viver numa bolha e reproduzir a visão deturpada de que tudo aquilo que não vem da minha religiãobé ruim, apocalíptico ou de Satanás. Não vou aceitar que a minha fé em Jesus vire uma justificativa para reproduzir práticas colonialistas e desprezar aqueles que pensam de um jeito diferente.

Desejo que, através das minhas atitudes, eu desperte a curiosidade do meu próximo, para que assim eu possa compartilhar os valores que fundamentam a minha espiritualidade. Sou guiada pela Bíblia, esse é o livro que me orienta e me ensina a caminhar em amor. Desenvolvi uma visão crítica e questionadora, oque me faz ter cada vez mais desejo de conhecer as verdades sobre Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.

Sintam fome de buscar a palavra de Deus por conta própria, mergulhando fundo nos tesouros que ela guarda.” (Loren Cunningham)

E por mais crente e espiritualizada que eu seja, quem pode me afirmar que estou certa?

JULGAR MENOS E AMAR MAIS

Chegamos no ponto final da nossa conversa: julgar menos e amar mais.

Nos últimos anos, vi artistas que sigo e admiro serem cancelados nas redes sociais apenas por decidirem se afastar do mundo gospel.

É até dificil ler alguns desses comentários. Dói na alma, sinto tristeza, repulsa e até mesmo um pouquinho de revolta. Como podem pessoas que se dizem cristãs, dissiminadoras do amor de Cristo, propagarem mensagens de ódio, maldade e violência?

Pois é, querida leitora. O mundo está doido mesmo.

Esse cenário me traz medo, mas como diz a Palavra de Deus em João 4:18 — “No amor não há medo antes o perfeito amor lança fora o medo; porque o medo envolve castigo; e quem tem medo não está aperfeiçoado no amor”.

Oro para que Deus nos guarde, nos cuide e nos aproxime do verdadeiro evangelho. Amém!

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Amanda Costa é ativista climática, jovem conselheira do Pacto Global da ONU, fundadora do Instituto Perifa Sustentável e apresentadora do #TemClimaParaIsso?, um programa sobre crise climática. Formada em Relações Internacionais, Amanda foi reconhecida como #Under30 na revista Forbes, TEDx Speaker, LinkedIn Top Voices e Creator e em 2021 foi vice-curadora do Global Shapers, a comunidade de jovens do Fórum Econômico Mundial.

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Amanda da Cruz Costa
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Written by Amanda da Cruz Costa

#ForbesUnder 30 | Conselheira Jovem da ONU | Dir. Executiva do Perifa Sustentável

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