Leve, linda e poderosa
“E chegou o dia que o risco de continuar espremida dentro do botão era mais doloroso que o de desabrochar.” (Anais Nin)
Olá minha abobrinha na brasa, tudo bem? :)
Quero que as minhas redes sociais sejam um espaço de compartilhamento, segurança e vulnerabilidade e por isso, decidi dividir um processo bem profundo com você, minha lindeza climática.
Quem me acompanha sabe que a minha carreira foi acelerada: sou jovem embaixadora da ONU, liderança Forbes Under 30, sai na Capa da Revista Época Negócios, coordenei uma delegação de jovens mulheres negras na COP 26 — Conferência de Mudanças Climática da ONU e decidi criar um instituto, formalizando o Perifa Sustentável.
Com apenas 25 anos me reconheci uma líder próspera, determinada e com muita capacidade de entrega para transformar os meus maiores sonhos na realidade que eu gostaria de viver!
Eu não trilhei essa jornada sozinha, seria impossível chegar tão longe sendo tão nova. Tive ajuda de mestres, mentores e conselheiros que pegaram na minha mão e me mostraram possibilidades de caminhos dentro do mundo que eu decidi me aventurar.
Uma das minhas mentoras de 2021 foi a Wisma Goulart. A Wis foi essencial no meu processo de investigação, conhecimento e descoberta, me trazendo para o chão ao mesmo tempo em que me ensinava a voar mais alto.
Em uma das nossas trocas, Wis me questionou:
Amanda, já falamos muito de trabalho. Me conta como está sua energia feminina, seus relacionamentos, os boyunção…
Então respondi:
Wis, não estão KKKKK Eu estou fundando um instituto e captando recursos para levar uma delegação de jovens mulheres negras para a Escócia, com o objetivo de representar a juventude brasileira numa Conferência da ONU sobre mudanças climáticas. Não sobra tempo para pensar em macho, né!
Wis me devolveu um olhar sério e disse:
Vou te falar uma coisa que vai doer, mas eu preciso dizer. Se você não começar a olhar agora para essa área da sua vida agora, você vai chegar com 35 anos rica, poderosa, viajando o mundo e sozinha. É isso que você quer? Se sim, então tá tudo bem. Estamos no século XXI e você é uma mulher livre. Mas Amanda, pelo o que eu conheço de ti, me parece que você quer formar uma família, certo?
Confesso que essa conversa doeu! Enquanto mulher nascida no meio da décade de 90, numa família interracial que me enxergava como “moreninha”, fui ensinada a estudar e trabalhar o dobro, pois somente assim teria uma chance de ascender socialmente. Meus pais sempre me disseram para nunca depender de homem, conquistar as minhas coisas, ter o meu dinheiro e só procurar um parceiro que fosse “melhor do que eu” (ganhasse mais, tivesse um emprego melhor, pudesse me bancar).
“Percebe como essa lógica é contraditória?”
Enfim, a conversa com a Wis abriu um portal na minha vida, no qual acessei e passei a investigar o motivo de eu nunca ter alguém incrível ao meu lado… Essa foi uma reflexão complexa, que me levou para respostas diversas:
- Tem todo o rolê da solidão da mulher preta.
- Fui criada na igreja, aconselhada a esperar Deus mandar meu varão valoroso.
- O ambiente religioso “domesticou” meu corpo. Por muito tempo eu achei que era pecado encantar, seduzir e expressar a minha feminilidade (alguns líderes religiosos chamam isso de “Espírito da Jezabel”)
- Sou uma líder nata, comunicadora expressiva e exímia executora. Isso assusta homens com a masculinidade frágil.
- Sei onde quero chegar e sou muito determinada. Sacrifiquei grande parte da minha vida social para estar onde estou hoje.
- Vivemos numa sociedade patriarcal e machista, onde as mulheres que desejam se destacar muitas vezes recorrem à energia masculina.
“Toda mulher que trabalha muito e alcança sucesso, sem entender sobre energia feminina e suas polaridades, corre um grande risco de se desconectar da sua verdadeira essência.” (Jaque Barbosa)
Tem muitas outras coisas que estou descobrindo e muito mais que ainda vou descobrir. Contudo, quero conversar com você sobre o último item: você já ouviu falar de energia feminina e masculina?
De acordo com a terapeuta Jaque Barbosa, enquanto a energia feminina é a energia do charme, da leveza e do cuidado a energia masculina é a energia da liderança, prosperidade e proteção. Todos nós recebemos ambas energias e as manifestamos em diferentes momentos da vida.
Antes de passar pelo processo de mentoria com a Wis, eu não fazia ideia desse universo. Na reeeeeal, meu maior desejo era ser como os homens, trabalhar muito, conquistar minhas coisas e desfrutar tudo que uma sociedade estruturalmente machista proporciona para os homens (reconhecimento, brilho, bens materiais).
Mas aí me liguei que essa forma de pensar é um condicionamento social da sociedade patriarcal, movida pela hiperprodutividade, que visa o lucro acima do bem-estar e utiliza resultados superficiais para validar um sistema tóxico. E sabe o que é mais doido? Eu estava cooperando com esse modelo de forma inconsciente, colocando no universo uma força de trabalho sem pausas que logo logo me levaria para um burn-out.
Vibrar nessa energia estava me deixando triste, frustrada e solitária. Eu precisei me desconectar da minha essência para performar o que espera de uma jovem mulher negra que está constantemente desafiando o status quo, rompendo com estigmas sociais e superando as estatísticas.
“Eu tive que me perder para me reencontrar.”
Agora consciente desse processo, decidi abrir a minha vulnerabilidade e compartilhar parte da minha vida para que outras mulheres negras saibam que não precisam abrir mão de si mesmas para serem as líderes empoderadas que nasceram para ser.
Podemos liderar de uma maneira feminina, com intuição, sabedoria e dando liberdade para as nossas emoções fluam. Podemos sim ser mulheres radiantes e transbordar vida, alegria e leveza ao mesmo tempo em que nos permitimos sermos fortes, rebeldes e intensas!
“Aprendi com a primavera a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira.” (Cecília Meireles)
Miga, você está se sentindo perdida de si mesma? Separei algumas dicas para te ajudar a se reconectar com a sua energia feminina:
1. Confie na sua intuição: seu coração é seu guia interior.
2. Cure sua relação com a sua mãe: sua mãe é a primeira figura que representa o feminino.
3. Treine para não ser tão controladora: a vida não é do jeito que você quer, aceitar esse fato é tirar um peso enorme dos ombros.
4. Entre em contato com suas emoções: as emoções são um guia valioso para a energia feminina.
5. Coloque sua criatividade para fora: dance, pinte, escreva um romance, cozinhe, conte histórias e tenha aulas onde você possa criar coisas com as mãos.
6. Passe mais tempo na natureza: conectar-se com a natureza externa te ajudará a se conectar com a sua natureza interna.
7. Mova-se: se você fica muito tempo presa numa mesa do escritório ou tem se sentido fisicamente estagnada, precisa movimentar o corpo. Você pode fazer isso dando um passeio no parque, se esticando em uma aula de ioga ou dançando de calcinha com sua música favorita no quarto.
8. Aprenda a receber: treine aceitar ajuda, afeto e cuidado de coração aberto.
9. Aprenda a curtir sua solitude: solitude é estar sozinha e curtir a sua própria companhia, apreciando a beleza das pequenas coisas.
10. Não leve a vida tão a sério: não espere suas próximas férias para você ser espontânea, relaxada e divertida. Faça isso no meio da sua vida agitada :)
Lembre-se: a sua primeira relação deve ser contigo! Aprenda a se amar e a se honrar. Você primeiro precisa enxergar o seu valor antes de enxergar o valor dos outros.
Viver dessa forma requer coragem, mas fica tranquila que você não está mais sozinha. Você está acompanhada de uma força interna sábia, intuitiva, forte, suave, bela, sedutora, cuidadora, leal e que vive dentro de você. Essa força te mostrará o caminho ❤
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Referências:
Amanda Costa é ativista climática, jovem embaixadora da ONU, delegada do Brasil no G20 Youth Summit e fundou o Instituto Perifa Sustentável. Formada em Relações Internacionais, Amanda foi reconhecida como #Under30 na revista Forbes, LinkedIn Top Voices e Creator, TEDx Speaker e atua como vice-curadora no Global Shapers, a comunidade de jovens do Fórum Econômico Mundial.