Comprometida — Uma história de amor

Resenha do livro de Elizabeth Gilbert

Amanda da Cruz Costa
4 min readJan 19, 2025

Casamento.

Uma palavra de 9 letras, 4 sílabas que contêm um milhão de significados…

Afinal de contas, o que significa casar?

De acordo com o meu querido amigo Chat GPT, casar significa estabelecer uma união formal e reconhecida, seja no âmbito legal, religioso ou emocional, entre duas pessoas que decidem compartilhar suas vidas. Neste sentido, os tipos de casamento podem ser divididos em:

  • Casamento Civil: Realizado perante autoridades legais, garantindo direitos e deveres aos cônjuges no âmbito jurídico.
  • Casamento Religioso: Celebrado segundo os rituais e crenças de uma religião específica, podendo ou não ter efeitos legais, dependendo do país.
  • União de Fato ou Consensual: Uma convivência estável e pública entre duas pessoas, reconhecida em alguns contextos legais como equivalente ao casamento.
  • Casamento Cultural ou Tradicional: Praticado conforme as tradições e costumes de determinada comunidade ou grupo étnico.

“Este livro inteiro, cada página dele, foi um esforço de vasculhar a história complexa do casamento ocidental até descobrir nela um lugarzinho confortável para mim.” (Elizabeth Gilbert)

Comecei a me aprofundar no assunto por conta do livro Comprometida, da escritora estadunidense Elizabeth Gilbert. Uma lindeza climática (apelido carinhoso das minha seguidoras engajadas ❤) me recomendou a obra após eu compartilhar reflexões sobre a não-monogamia que tive com o livro Descolonizando Afetos, da escritora indígena Geni Nuñes (leia o artigo aqui).

No começo eu não estava botando fé, achei que ia ser só mais um romance bobinho para descontrair minha mente agitada. Contudo, Liz alugou um triplex na minha cabeça! Após as primeiras páginas eu estava folheando o livro vorazmente, sedenta para descobrir o pensamento da autora sobre o assunto.

Sabe aqueles romances leves, profundos e gostosinhos de ler?

Pois é, foi desse jeitinho que a autora escreveu o livro. Ela iniciou a obra com uma análise histórica sobre a história do casamento ocidental, resgatando os primórdios deste ato desde os tempos bíblicos. O que mais chocou foi saber que o casamento, ato tão consagrado dentro do meio evangélico-cristao, era repugnado nos primeiros anos da igreja cristocêntrica.

É isso mesmo que você entendeu, minha querida leitora! O casamento era repugnado pela igreja! Havia o entendimento de que o retorno de Jesus Cristo estava próximo e portanto, os novos convertidos deveriam investir seu precioso tempo em se preparar para a vinda do mestre, evangelizando o povo e se santificando unicamente para Cristo. De acordo com a Bíblia, no livro de 1 Coríntios, cápitulo 7, versículo 1–2, o apóstolo Paulo afirma:

Ora, quanto às coisas que me escrevestes, bom seria que o homem não tocasse mulher; Mas, por causa da fornicação, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido.

Para esta jovem cristã progressista que vos escreve, foi uma baita surpresa refletir sobre esse assunto! Principalmente por entender que o casamento só foi aceito porque, com o passar dos anos, ele se tornou uma estratégia de produtividade para a sociedade, na qual o homem passou a trabalhar para se tornar o “provedor da família”.

É minha leitora, foi massa demais acompanhar os pensamentos da autora e entender que com o passar dos anos, foi a nossa sociedade capitalista quem nos induziu a não somente aceitar, mas também almejar ardentemente o casamento. Eu mesma, por muito tempo, sonhava com meu princípe encantado da Disney:

Um homem branco de olhos azuis, alto, másculo e forte, que se apaixonaria por mim logo à primeira vista. Após alguns encontros, ele pediria a minha mão para o meu pai e em cerca de um ano, nos casaríamos numa grande celebração. Compramos um apartamento financiado em 30 anos, teríamos 2 filhos, um cachorro, um carro e empregos estáveis.

Maasssss, para sofrimento do meu subconsciente idealista e patriarcal, eu caí na real. Decidi estudar, me formei em Relações Internacionais e percebi que existem múltiplas possibilidades de “finais felizes”. Hoje em dia, sonho em fazer meu mestrado, viajar pelo mundo, experimentar culinárias distintas, aprender futvôlei e atingir a minha tão almejada independência financeira.

Nao vou ser hipócrita, parte de mim ainda quer o mundo da Disney (trocando o cara de olhos azuis por um pretinho de olhos castanhos, óbvioooo). A questão é que agora desejo encontrar formas de conciliar esses dois mundos: quero ser uma referência na minha área e também ter uma família.

O livro de Liz me ajudou a abrir a mente, questionar padrões e entender estilos de vida ao longo dos séculos. E sabe de uma coisa, leitora? Aprendi que não existe certo ou errado, existe aquilo que faz sentido para mim :)

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Ativista climática, jovem conselheira do Pacto Global da ONU e fundadora do Instituto Perifa Sustentável. Amanda Costa é formada em Relações Internacionais, atua como Embaixadora Cultural dos EUA (IVLP — International Valuable Leadership Program) e Jovem Consultora do British Consul (Climate Skills e #90YouhVoices — UK). Reconhecida como #Under30 na revista Forbes, é TEDx Speaker, LinkedIn Top Voices, LinkedIn Creator e já participou de 5 conferências oficiais das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, sendo elas COP 23 — Bonn (Alemanha), COP 24 — Katowice (Polônia), COP 26 — Glasglow (UK), COP 27 — Sharm El Sheik (Egito), COP 28 — Dubai (Emirados Árabes), COP29 — Baku (Azerbaijão). Em 2024, Amanda foi painelista no BRICS Green Cities Forum, em Moscow — Rússia.

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Amanda da Cruz Costa
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Written by Amanda da Cruz Costa

#ForbesUnder 30 | Conselheira Jovem da ONU | Dir. Executiva do Perifa Sustentável

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