O Monge e o Executivo

Uma história sobre a essência da liderança.

Amanda da Cruz Costa
5 min readSep 23, 2021

Olá meu strogonoff de shitake, como você está? :)

Essa semana li o livro “O Monge e o Executivo — Uma história sobre a essência da Liderança”, do James C. Hunter e fiquei impactadíssima com a riqueza desse conteúdo! O autor tem uma linguagem simples, assertiva e profunda, o que me fez refletir sobre várias passagens da sua obra.

O enredo gira em torno de John, um executivo de alto escalão que está vivendo um momento desafiador no trabalho e na família. A sua esposa, Rachel, sugere que ele converse com o pastor da igreja e mesmo contrariado, ele aceita o pedido. Nessa conversa, o líder religioso indica um retiro num pequeno mosteiro cristão chamado João da Cruz, localizado perto do lago Michigan.

John está relutante, mas ouvir que um dos frades era o lendário Leonard Hoffman, um ex-executivo de uma das maiores empresas dos Estados Unidos, o faz mudar de ideia.

Chegando ao mosteiro, John encontra mais cinco participantes: um pastor chamado Lee, um sargento de nome Greg; uma treinadora de um time de basquete universitário conhecida por Chris, uma diretora de escola pública chamada Teresa e Kim, uma enfermeira-chefe de um hospital neonatal.

Esses personagens compoe a trama, a qual conta a rotina do mosteiro: celebrações religiosas e aulas sobre liderança com o lendário Hoffman, agora conhecido simplesmente por Simeão.

Separei meus aprendizados para dividir com você, querido leitor! Espero que goste! :)

“Estar no poder é como ser uma dama. Se tiver que lembrar às pessoas que você é, você não é.” (Margaret Thatcher)

Certa vez ouvi de um amigo que eu não precisava apresentar meus reconhecimentos (Forbes Under 30, Jovem Embaixadora da ONU) para trazer legitimidade para a minha narrativa. No entanto, fiquei reflexiva: sou uma jovem mulher preta inserida numa sociedade patriarcal heteronormativa de supremacia branca. Será que eu preciso “me provar” para ser “validada”?

Pode parecer doidera, mas vamos refletir: quando analisamos quem está no poder, chegamos na típica figura do homem branco hetero cis-gênero rico e velho. Desse modo, eu te pergunto: como exercer uma liderança de influência, num sistema que é tão enviesado e está meeeega corrompido?

Complexo, né?

Mas antes de mergulhar nessa problemática, quero transbordar o que aprendi sobre liderança. De acordo com Hunter, autor da obra, esse termo pode ser caracterizado como a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir objetivos identificados como sendo para o bem comum.

Eu, Amanda Costa, não nasci líder, mas escolhi aprender a liderar. Ouso afirmar que a liderança — capacidade de influenciar os outros — é uma habilidade que pode ser aprendida por alguém que tenha um comportamento adequado, desenvolvendo ações coerentes com a fala.

Mas em meio a esse processo de compreensão, muitos líderes confundem PODER com AUTORIDADE:

  • Poder: faculdade de forçar ou coagir alguém a fazer sua vontade, por causa da sua posição ou força, mesmo que a pessoa prefira não fazer.
  • Autoridade: habilidade de levar as pessoas a fazerem de boa vontade o que você quer por causa de sua influência pessoal.

Vemk bb, pense comigo: é possível determinar ou exigir compromisso? Excelência? Criatividade?

De jeito nenhum! Nem o poder, dinheiro ou fama podem comprar essas qualidades. Apenas um líder genuíno conseguirá extrair essas habilidades do seu time, utilizando uma dinâmica de equilíbrio entre tarefa e relacionamento.

“A chave para a liderança é executar as tarefas enquanto se constroem relacionamentos.” (James C. Hunter)

O papel do líder não é impor regras e dar ordens, mas servir. Esse ato não significa apenas entregar o que os liderados desejam, mas sim o que eles precisam, identificando as necessidades legítimas da equipe.

Todo esse role pode ser resumido como:

“A liderança começa com a vontade, que é a nossa única capacidade como seres humanos para sintonizar nossas intenções com nossas ações e escolher nosso comportamento. É preciso ter vontade para escolhermos amar, isto é, sentir a real necessidade e não os desejos, daqueles que lideramos. Para atender a essas necessidades, precisamos nos dispor a servir e até mesmo nos sacrificar. Quando servimos e nos sacrificamos pelos outros, exercemos autoridade ou influência e assim ganhamos o direito de sermos chamados de líderes.” (James H. Hunter)

Pode parecer complexo, mas não é não! A boa liderança começa com uma simples escolha, depois basta alinhar as ações com as boas intenções.

Assim como qualquer hábito, a liderança é desenvolvida em quatro estágios:

  • Estágio um — inconsciente e sem habilidade: O comportamento e o hábito são ignorados. O indivíduo está inconsciente ou desinteressado em aprender a prática e, obviamente, despreparado.
  • Estágio dois — consciente e sem habilidade: O indivíduo toma consciência de um novo comportamento, mas ainda não desenvolveu a prática. Tudo é muito desajeitado, antinatural e até assustador.
  • Estágio três — consciente e habilidoso: Aqui o indivíduo começa a se tornar cada vez mais experiente e confortável com o novo comportamento ou prática.
  • Estágio quatro — inconsciente e habilidoso: Nessa fase, o indivíduo não tem que pensar, pois tornou-se natural. Este é o estágio em que os líderes conseguiram incorporar seu comportamento aos hábitos e a sua verdadeira natureza. Aqui estão os líderes que não precisam tentar ser bons líderes, porque SÃO bons líderes.

“Pensamentos tornam-se ações, ações tornam-se hábitos, hábitos tornam-se caráter, e o nosso caráter torna-se o nosso destino.” (James C. Hunter)

Querido leitor, uma coisa é fato: não vemos o mundo como ele é, nós o vemos como NÓS somos. Se você deseja se tornar um bom líder, comece definindo seus princípios e não abra mão deles! Agindo assim, você encontrará a satisfação interior que os verdadeiros líderes transbordam :)

“Quando amamos os outros, e nos doamos a eles, precisamos servir e nos sacrificar. Quando servimos e nos sacrificamos, construímos autoridade. E quando tivermos construído autoridade com as pessoas, então ganharemos o direito de sermos chamados de líderes.” (James H. Hunter)

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Amanda Costa é ativista climática, jovem embaixadora da ONU, delegada do Brasil no G20 Youth Summit e em 2021 entrou para a lista #Under30 da revista Forbes. Formada em Relações Internacionais, Amanda empreende o PerifaSustentavel, atua como vice-curadora da comunidade Global Shapers (WEF), é colunista da Agência Jovem de Notícias e do Um só Planeta.

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Amanda da Cruz Costa
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Written by Amanda da Cruz Costa

#ForbesUnder 30 | Conselheira Jovem da ONU | Dir. Executiva do Perifa Sustentável

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